sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Lição 9 — Autoestima X respeito próprio, por Arlene Hill

Para a semana de 20-26 fevereiro de 2011

"Toda a carne é erva, e toda a sua beleza é como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor; na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente" (Isa. 40:6-8, cf. 1ª Pedro 1:24).

"E respondeu Abraão dizendo: 'Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza" (Gen. 18:27).

"Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-Se de que somos apenas pó" (Salmo 103:14).

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Autoestima é definida pelo mundo como aprender a amar a si mesmo, isto é um falso evangelho de Babilônia, que é movido por interesse próprio. Pelos padrões do mundo nossa autoestima deve ser baseada em algum valor intrínseco que encontramos em nós mesmos, que supostamente nos distingue dos outros e nos torna especiais. Por isso, (*dizem,) podemos nos valorizar a nós mesmos. Mas o verdadeiro evangelho, baseado no amor de Deus por nós, ensina auto-respeito.

A Bíblia ensina que Deus "tem respeito pelo humilde" (Sal. 138:6, KJV). Os versos inspirados introdutórios (*acima,) não são um insulto. Nós somos pó! Ele formou o homem do pó da terra (Gên. 2:7). Seria fácil culpar a inutilidade inerente da humanidade com a entrada do pecado, mas nós fomos criados antes do pecado. Deus deu à humanidade, mesmo antes da queda, o sábado para nos lembrarmos de como o pó do qual Ele (*nos) formou tornou-se mais valioso do que pó. Portanto, mesmo antes do pecado, o valor intrínseco da humanidade era o valor do pó da terra. Embora sem pecado, os seres humanos (*antes da queda) não tinham o poder de criar ou até mesmo transformar a matéria inerte em vida. Deus pode fazer as duas coisas.

O amor especial de Deus, Ágape, não é criado pelo valor de seu objeto. Uma vez que Deus é amor, Ele amou a Sua criação, e em amor criou valor nela. Os seres humanos perverteram o amor de Deus porque nascemos egoístas. Em geral, temos dificuldade em amar as pessoas feias ou detestáveis. Nós as chamamos de "desagradáveis". Eu tenho uma amiga que tem apenas duas ou três fotos de quando era um bebê. A mãe dela disse que ela era tão feia, que não queria perder o filme. Nossos corações se compadecem de uma pessoa que foi tão abusada. Nós somos rápidos para assegurar-lhe o respeito de Deus. No entanto, isso não muda o fato de que a minha amiga, e eu, só temos o valor intrínseco do pó. O que nos dá todo o respeito não é algo de dentro de nós, mas o amor e o poder sustentador de Deus.

Satanás apelou para o ego de Eva quando ele sugeriu que, ao comer o fruto, ela poderia melhorar o seu valor intrínseco para se tornar como Deus. Mesmo que ela e Adão tenham sido criados à imagem de Deus, isso não lhes dava valor, sem o poder sustentável da vida dEle. Se o escultor mais talentosos do mundo conseguisse esculpir em um pedaço de mármore a forma exata de Deus, ainda assim seria um pedaço de mármore. O escultor não pode transferir qualquer valor para o mármore além da forma que ele dá. Ainda será, simplesmente mármore. O escultor não pode dar aquilo que não possui em si mesmo — a vida. O que criou importância no pó que Deus formou à Sua imagem, foi o sopro de vida que Ele soprou nele.

O "evangelho" da autoestima, que tornou-se tão popular no final do século XX e no início deste século, é um sutil engano de Satanás. Ele aperfeiçoou a arte do sofisma em convencer os cristãos de que, antes de poderem amar os outros devem primeiro amar-se a si mesmos. Esta é uma capciosa torção das palavras encontradas no grande mandamento: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 19:19 e *Lev. 19:18).1

Se Satanás pode fazer os cristãos pensarem que o amor-próprio, autoestima, é uma parte essencial do evangelho, então ele derrotou o princípio da cruz. A cruz é a revelação para os nossos desinteressados sentidos de que Deus é altruísta. Satanás sempre acusou Deus de auto-exaltação — que Ele pede de nós mais do que Ele exige de Si mesmo. A cruz atestou, uma vez por todas a questão do amor abnegado de Deus — o princípio da auto-negação.

Agora esta questão se desenrolará na crise final que está bem à nossa frente. Se Satanás pode nos fazer comprar a idéia do movimento da autoestima, então ele sabe que nós vamos cair ante a crise da "marca da besta". No grande conflito o amor de si mesmo será o valor dominante sobre o amor a Deus e ao próximo,.

Na verdade o “evangelho” da autoestima "é uma das evidências de que "caiu, caiu a grande Babilônia" (Apoc 18:2). —Não houve restauração do verdadeiro Ágape no cristianismo popular. Há um equívoco lamentável da cruz de Cristo. Esta tendência popular tornou-se um parasita em nossos círculos na medida em que nós nos vendemos ao movimento da autoestima.

Alguns crêem que a admoestação de Cristo, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" prova que devemos desenvolver o "amor" por nós mesmos. Mas foi Deus que pronunciou as palavras de Rom. 8:32 com o bom sentido altruísta de que Ele "nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós."

Nós nascemos amantes de nós mesmos, assim é uma incoerência dizer que, por natureza, somos capazes de amar os outros como a nós mesmos. Uma pessoa egoísta é incapaz de amar os outros se ele ama a si mesmo. Então, a única maneira que este mandamento pode ser entendido de forma adequada é através do prisma do amor Ágape de Deus. O amor de Deus é auto-doador. Levou Cristo à abnegação. Isso O levou ao ponto de dar Sua vida por Seus inimigos.

Foi Jesus quem pronunciou as palavras "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Se alguém quiser falar sobre amar a si mesmo antes que possa amar o próximo, no contexto da doação Ágape, então isso significa que prefere prejudicar a si mesmo mais do que causar dano a outrem. Isso significa o derramar de sua própria vida a fim de preservar a vida do outro, mesmo a do seu inimigo, e estimar a vida de outra pessoa como mais valiosa do que sua própria vida. Jesus não Se valorizou mais do que Ele valorizou você.

Quer o mandamento de Cristo dizer que devemos, de alguma forma, evocar uma agradável sensação de nós mesmos para que possamos transferir isso para os outros? Nós não temos essa capacidade, não podemos criar amor genuíno. (*E Jesus sabe disto, sabe que somos pó). É difícil admitir isso, mas a verdade é que somos completamente impotentes para gerar amor altruísta. Somente podemos escolher permitir Jesus crucificar nosso ego. Todas as idéias de que podemos inserir suficiente valor em nós mesmos para merecer a salvação são vãs. A menos que optemos por nos identificar com Cristo seremos sempre ofendidos pela cruz de Cristo.

"A cruz é e sempre foi um símbolo de desgraça. Ser crucificado era ser submetido à morte mais ignominiosa de todas as que se conhecia. O apóstolo (*Paulo) afirmou que se ele pregasse a circuncisão (ou seja, justiça pelas obras), ‘o escândalo da cruz' cessaria, Gal. 5:11). O escândalo da cruz consiste em que a cruz é uma confissão da fraqueza e pecado do homem e de sua absoluta incapacidade para obrar o bem. Tomar a cruz de Cristo, depender somente dEle para todas as coisas, é o que leva ao abatimento de todo o orgulho humano. Os homens gostam de sentir-se independentes e autônomos. Mas pregado-se a cruz, fica manifesto que no homem não habita bem algum, e que tudo deve ser recebido como um dom, e, imediatamente, haverá alguém que se sinta ofendido" (Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings, Boas Novas, pág. 113).

Significará isto que devemos desenvolver baixa autoestima, constantemente falando sobre como nós somos inúteis? (*Não!!!) A morte de Cristo estabelece o nosso valor aos Seus olhos, mas também reforça a nossa total impotência para criar valor em nós mesmos. Essa é a dinâmica da mensagem de 1888 de auto-respeito. Nós escolhemos nos identificar com O Crucificado. Nós escolhemos crer que Ele (não nós) é digno de receber honra, glória, poder e bênção.

O "evangelho da autoestima" é o oposto do "evangelho eterno do respeito próprio." Este é de origem Divina; a “autoestima” é uma cilada (*sutil e sofisticada de Satanás, com a qual ele intenta enganar-nos). A Bíblia não incentiva a autoestima, mas ensina o genuíno do respeito próprio.

O verdadeiro respeito próprio, um verdadeiro sentido do valor de alguém, está enraizado na cruz — o Filho de Deus Se entregou por você; isto lhe torna igual em valor com Ele. É verdade, não temos valor em nós mesmos, mas Ágape cria valor em nós, objetos de Seu amor. Deixe a verdade te envolver: a sua segurança, o seu valor, está somente "em Cristo".

- Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545.

Nota do tradutor:

1ª) Temos que entender este verso coerentemente, segundo o altruísmo Divino. Cristo está dizendo: vocês devem amar o próximo como, nesta vossa natureza pecaminosa, amam a si mesmos.” Veja, os discípulos, momentos antes, disputavam quem seria o maior no reino de Deus. Cristo viu isto. Também este é o sentido desta mesma declaração no velho testamento.

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